segunda-feira, 8 de março de 2010

Adivinhação

De tantas coisas que vi e vivi,
delas lembro mais as sentidas.
Como aqueles raios de sol soprando a pele macia.
Parece que eles premonizavam
o quanto arder eu poderia:
de riso, de choro ou de chuva...
Mas nunca sem parar de arder.
Se caibo, ou se não,
só os raios sabem e podem dizer.
De mim, "eu só grito!"
Bem alto, bem fundo:
que o mundo permita-nos ser,
que só seja doce,
que eu e os outros que queiram ser muitos
possam só ser.
Isso, aquilo, bem mais.
E do grito, sussurro:
Que o futuro seja leve e claro.
Quais as cartas do baralho-destino
que se adivinham.

(out, 2002, Rua D. Candinha, Casa Amarela)

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