quarta-feira, 24 de março de 2010

Brisa de fogo reluz

Brisa que sacode folhas,
das bem pequenas,
que faz com que dancem
pareçam pontos brilhantes de luz

Brisa, que em mim
lance fogo, só queime!
Brisa, que em mim
faz chover...

Inunda e anuncia:
bagagem de vento
invade o pensar insólito
e varre de mim o de dentro

Brisa que brilha as estrelas
Brisa que funde e conduz.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Adivinhação

De tantas coisas que vi e vivi,
delas lembro mais as sentidas.
Como aqueles raios de sol soprando a pele macia.
Parece que eles premonizavam
o quanto arder eu poderia:
de riso, de choro ou de chuva...
Mas nunca sem parar de arder.
Se caibo, ou se não,
só os raios sabem e podem dizer.
De mim, "eu só grito!"
Bem alto, bem fundo:
que o mundo permita-nos ser,
que só seja doce,
que eu e os outros que queiram ser muitos
possam só ser.
Isso, aquilo, bem mais.
E do grito, sussurro:
Que o futuro seja leve e claro.
Quais as cartas do baralho-destino
que se adivinham.

(out, 2002, Rua D. Candinha, Casa Amarela)